Devido a pandemia que atingiu nosso pais, estado e como também o município de Horizonte, várias estratégias foram traçadas pela gestão municipal para o enfrentamento da doença, como também na proliferação do contagio. Em Horizonte, os primeiros casos começaram a serem notificados no mês de março, sendo que até o dia 31 do referido mês, existiam 41 casos suspeitos e 06 descartados. Atualmente, a situação epidemiológica do município é a seguinte: 1.317 casos confirmados, sendo 1.105 recuperados, 2. 811 descartados, 70 suspeitos e 68 óbitos. Diante do cenário municipal a equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família, planeja uma estratégia de acompanhamento aos pacientes notificados, no caso suspeitos da doença, que foram atendidos na Estratégia Saúde da Família e UPA. A estratégia traçada é o monitoramento a estes pacientes, no formato a cada 48hs, sistematizado , através de um instrumental que subsidia os profissionais e expande o olhar a este paciente no contexto da Atenção Básica. O monitoramento é considerado multiprofissional, pois aborda questões, que interferem durante o tratamento do paciente, como a questão nutricional, mental, social e respiratória, porém traz como foco central a condição em que o paciente se encontra no exato momento. Os contatos são realizados por telefone, obedecendo o isolamento social, fortalecendo a escuta qualificada dos profissionais envolvidos como também a responsabilidade compartilhada com as Equipes de Saúde da Família.
Realizar um acompanhamento multiprofissional ao paciente suspeito ou confirmado de COVID 19, após atendimento na APS ou UPA de Horizonte Acompanhar o paciente, durante o período de isolamento social devido a doença, com ênfase nas demandas nutricionais, mentais, sociais e respiratórias. Ampliar o alcance da equipe da Estratégia Saúde da Família no cuidado ao paciente suspeito ou confirmado de COVID 19.
O monitoramento se inicia com o encaminhamento da planilha de casos suspeitos e/ou confirmados de pacientes COVID 19, pela Vigilância em Saúde para os profissionais do NASF. Os profissionais se dividiram por território e realizavam por meio telefônico o contato com os pacientes. No primeiro contato era preenchido um formulário, que continha os dados gerais do paciente, as informações de como estava sua saúde naquela presente data, grupo familiar/contactantes e posteriormente, algumas perguntas direcionadas para a alimentação, saúde mental, a rotina do paciente, isolamento social, cuidados necessários durante a higienização do ambiente e orientações sociais, relacionados aos benefícios previdenciários e emergenciais. O trabalho em equipe exigiu que os profissionais do NASF mantivessem uma interação entre si e com os profissionais da ESF, pois o monitoramento era feito a cada 48hs , tendo por referência a data dos primeiros sintomas, portanto as próximas ligações era feitas por outro profissionais diferente do que iniciou a abertura da ficha, pois de acordo com a demanda latente, os contatos subsequentes eram realizados pelo profissional com conhecimento especifico para atender a necessidade apresentada pelo paciente. Convém ressaltar que a qualquer sinal de alerta quanto ao relato do paciente sobre sua condição de saúde este era orientado a retornar ao atendimento médico. Ao finalizar o período do monitoramento, alguns pacientes foram visitados pelo fisioterapeuta do NASF.
Fortalecimento do cuidado compartilhado na Atenção Básica, junto ao paciente suspeito e/ou confirmado por COVID19. O sentimento de apoio que os pacientes expressavam durante as ligações, demonstrando uma postura de confiança perante o serviço. O acompanhamento de 60% dos pacientes suspeitos e/ou confirmados por COVID19, atendidos pela Estratégia Saúde da Família. O conhecimento das necessidades apontadas pelos pacientes e que se tornaram em evidencia durante o período da pandemia, chegando a interferir direta ou indiretamente no processo do isolamento social. A inovação em implementar um novo formato de fazer saúde que exigiu dos profissionais a utilização de outras ferramentas, a fim de chegar até o paciente e se aproximar do mesmo.
A estratégia do monitoramento multiprofissional, trouxe resultados importantes tanto no cuidado a saúde do paciente, como na satisfação dos profissionais envolvidos. Quando os primeiros casos suspeitos de pessoas infectadas pelo Coranavirus começaram a surgir em Horizonte, a Secretaria de saúde possuía um plano de contingencia a ser implementado neste período. A rede de serviços de saúde municipal foi reorganizada e a atenção básica, como ordenadora do cuidado, foi um ponto imprescindível na prestação da atenção a saúde. Mudanças no fluxo de atendimento, adequação da estrutura física, uso racional dos EPi´s e a grande pergunta que passou pela cabeça dos profissionais do NASF, Qual nossa contribuição nesse momento? Como ser retaguarda aos profissionais da linha de frente ? . Enfim, buscamos fazer histórias no meio de tantas, todas com resultados valiosos, tanto no campo da experiência, do desafio e da oportunidade, mas acima de tudo na busca incessante de fazer ciência, de trabalhar em equipe e responsabilidade com o outro e consigo mesmo.
Nasf, Atenção Básica, Monitoramento, Cuidado Compartilhado.