O SARS-CoV-2 é o agente causador da COVID-19, mundialmente conhecida a partir de uma epidemia iniciada na cidade de Wuhan (China) em 2019. Com a rápida disseminação do vírus para diversos países do mundo, em 30 de janeiro de 2020, a OMS declarou Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. O número de casos e países afetados seguiu aumentando e em 11 de março de 2020 a OMS declarou que o mundo estava diante de uma pandemia de COVID-19. O Brasil confirmou o primeiro caso de COVID-19 em 26 de fevereiro de 2020, em residente da cidade de São Paulo com história de viagem para Itália. O estado da Bahia teve seu primeiro caso de COVID-19 confirmado no dia 06 de março, em um indivíduo que retornava da Itália. Em 16 de março Salvador, a capital deste estado, passou a ser submetido a uma série de medidas que buscavam mitigar a propagação da doença, entre as quais a implantação do Centro de Operações em Emergência em Saúde Pública (COE), através do Decreto Municipal nº 32.288, responsável pelo planejamento e monitoramento sistemático das ações previstas no Plano de Contingência para Infecção Humana pelo novo Coronavírus.
Geral: Descrever o processo de implantação e as ações realizadas do Centro de Operações e Emergência em Saúde Pública em Salvador para enfrentamento da pandemia do COVID-19. Específicos: Descrever as estratégias usadas para controlar a circulação do vírus no município do Salvador Delinear o monitoramento realizado do cenário epidemiológico e as medidas propostas para o controle Apresentar as propostas de reorganização da rede assistencial para atendimento dos casos suspeitos e confirmados Apresentar a proposta do painel de monitoramento dos casos de COVID-19.
Trata-se de um estudo descritivo das ações estruturais de enfrentamento da pandemia da COVID-19 em Salvador, com ênfase para a implantação do COE. A fonte de dados serão os registros das atas das reuniões diárias de acompanhamento do plano de contingência, os documentos técnicos, Planilhas de monitoramento dos casos notificados da COVID-19 e o painel de acompanhamento das diversas áreas da Secretaria Municipal da Saúde, coordenadas pelo COE, para controle da COVID-19.
As reuniões do COE iniciaram no mês de março, as principais pautas: saúde do trabalhador, protocolo de atendimento e acesso a UPA e hospitais COVID-19, indicadores de monitoramento, organização da APS, organização da assistência às ILPIs, assistência e monitoramento do óbito e protocolos de retomada da economia. Entre as análises realizadas pelo COE estão as projeções de casos confirmados, óbitos, e taxas de ocupação. Estes estudos são apresentados diariamente para a nortear a tomada de decisão das ampliações de leitos e avaliação das restrições. Além das projeções, a situação epidemiológica da doença é discutida e acompanhada por indicadores como: taxa de ocupação de leitos de UTI e clínicos, distribuição de casos novos confirmados por dia e de óbitos por por data da ocorrência, letalidade e velocidade de crescimento da doença. Outro eixo desenvolvido pelo COE é o monitoramento das 84 instituições de longa permanência, uma vez que os idosos apresentam alta taxa de mortalidade por COVID-19. O acompanhamento é realizado de forma distrital, em conjunto com a Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (SEMPRE) e a Comissão Estadual de idosos na Bahia. Mais uma ação do COE, tem sido as testagens da população organizadas nos bairros com decreto municipal de restrição do comércio, as chamadas “BLITZ de testagens”. Até 26 de julho foram realizadas 99.464 testes rápidos em mais de 60 bairros, com 24.866 casos confirmados.
Destarte, que a criação do COE como articulador e estratégico junto às áreas técnicas e demais secretarias se mostra promissor para o desenvolvimento de uma resposta coordenada de enfrentamento da pandemia. Os resultados deste estudo poderão contribuir para aprimorar o conhecimento sobre a epidemiologia e alguns aspectos clínicos da COVID-19 e aportar subsídios para a vigilância e controle desta doença. Durante a pandemia a resposta local envolveu as dimensões estruturas operações, logística/estrutural, e de recursos humanos dada a necessidade de ampliação da rede e ofertas de serviços. Das principais metodologias de monitoramento desenvolvidas pelo COE desta-se o painel de indicadores o qual pode ser adaptado a diversas temáticas, subsidiando inclusive a implantação de uma sala permanente de situação.
Covid-19, Gestão do SUS, SARS-CoV-2, Pandemia, COE.