Em dezembro de 2019 foi divulgada a transmissão de casos de coronavirose em na região em Wuhan na China (SARS-Cov-2), sendo declarado pela OMS como pandemia em março de 2020. Diante do cenário mundial apresentado, em março de 2020 a equipe da Vigilância em Saúde do território e Atenção Básica, iniciaram as ações educativas para sensibilizar e informar os munícipes e estabelecimentos, sobre a doença, transmissão e prevenção. Em 21 de março, o estado de São Paulo, decreta estado de emergência, estipulando o isolamento social e fechamento de comércio, permanecendo somente em funcionamento, com restrições para prevenção da doença, os estabelecimentos considerados essenciais, tais como: unidades de saúde, postos de gasolina, farmácias, supermercados, açougues e panificadoras (padarias), entre outros. No município, também possui como controle, a notificação de surtos, para a presença de 2 ou mais casos de trabalhadores de um estabelecimento com suspeitas respiratórias, incluindo o COVID-19.
O presente trabalho tem como objetivo demonstrar as medidas desenvolvidas através de ações em rede de vigilâncias (sanitária, epidemiológica e saúde do trabalhador) no controle da propagação de surto de coronavirose em um estabelecimento de funcionamento essencial (no caso uma panificadora)
Desde março de 2020, o Estado de São Paulo, Brasil, adotou estado de emergência, estipulando o funcionamento somente de comércios essenciais, destacando-se as panificadoras (padarias). Logo a Vigilância Sanitária de Ermelino Matarazzo, do município de São Paulo, incube-se de realizar visitas nesses estabelecimentos com caráter orientativo de funcionamento. No final de abril 2020, a equipe da Unidade de Vigilância em Saúde (UVIS) de Ermelino Matarazzo recebeu diversas denuncias referente a uma padaria, a qual possuía funcionários enfermos e, inclusive, com caso de óbitos referente a coronavirose, tanto via ouvidoria, presencial e rede sociais. Então estabeleceu-se inspeção em conjunto entre as equipes da UVIS, tanto da vigilância sanitária como epidemiológica, e a equipe da Vigilância de Saúde do Trabalhador referente ao território. O escopo da inspeção, seria a analise de fluxogramas e estrutura, tanto referente a doença em si, mas também ao perfil sanitário e da saúde do trabalhador.
Durante a inspeção constatou-se a realização de algumas medidas, que já tinham sido adotadas pelo proprietário do estabelecimento, para o controle dos casos, como a realização de testagem rápida para todos os funcionários e marcação no solo para distanciamento dos clientes em atendimento. Porém outras medidas foram solicitadas para um maior controle, assim como melhoria em questões sanitárias, como: revezamento do horário de intervalo, e que o mesmo não ocorra em área de passagem, aumento de limpezas dos setores, e de preferência no inicio e final de horários de produção, comunicação aos setores, salientando o distanciamento, uso de EPI e lavagem de mãos e uso de álcool 70%, revezamento/escalonamento dos funcionários nos setores para melhorar espaçamento nos setores e evitar horários de rush no transporte via casa-trabalho-casa, aquisição de EPI de uso individual e para que o mesmo não seja compartilhado, como luvas e casacos térmicos. Somado a isso, solicitado adequações sanitárias (controle de tempo-temperatura dos alimentos, identificação de embalagens abertas, entre outros) e em relação a saúde do trabalhador (reparo de maquinário, melhoria de sinalização, entre outros)
Constata-se que, mesmo com a introdução da doença de rápida propagação (alta morbidade) na padaria, consegue-se realizar ações para controle e mitigação do surto. O trabalho demonstra para que tal sucesso somente é possível através de ação rápida, precisa, de larga escala, integral e em rede, entre os diversos segmentos da vigilância (sanitária, epidemiológica e saúde do trabalhador), analisando completamente a estrutura do estabelecimento, assim como, principalmente, os fluxos adotados para produção e distribuição.
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