A teoria ambientalista desenvolvida por florence nightingale, na segunda metade do século xix, na inglaterra, apresenta como foco principal o meio ambiente, interpretado como todas as condições e influências externas que afetam a vida e o desenvolvimento de um organismo, capazes de prevenir, suprimir ou contribuir para a doença e a morte.
Em dezembro de 2019, surgiu na cidade de wuhan localizada na china os primeiros casos do coronavírus (covid-19), onde tiveram origem no mercado de frutos do mar. Novo coronavírus faz parte de uma família de vírus que causam infecções respiratórias, podendo variar entre doenças mais graves a um resfriado comum. A organização mundial da saúde (oms) declarou, em 11 de março de 2020, a covid-19 foi caracterizada pela oms como uma pandemia.
Nessa perspectiva, o município de pires ferreira adotou-se algumas medidas, estruturando uma unidade de urgência e emergência direcionada para atendimento para paciente detectável com o vírus ou com sintomas semelhantes. Sendo assim, a higiene ambiental o foco do cuidado, faz-se necessário o trabalho interdisciplinar em saúde como estratégia de controle de infecção pela covid19, a qual se define como uma doença causada pelo coronavírus sars-cov-2.
Objetivo desse estudo é relatar a teoria ambientalista em uma unidade de urgência e emergência no município de Pires Ferreira durante a pandemia do covid-19.
O presente estudo trata-se de um relato de experiência, de abordagem qualitativa, realizado pela equipe de enfermagem, médicos e fisioterapeuta, a partir da vivência oriunda no âmbito de trabalho, no setor da emergência hospitalar, realizada no município de Pires Ferreira - Ce, no período de Abril de 2020.
A ação aconteceu neste momento pandêmico atual, onde foi de crucial importância a adaptação e preparação da emergência para a recepção de pacientes acometidos por síndrome gripal. algumas medidas foram essenciais para tomadas de decisões, como a adaptação da ala da emergência para realização da triagem de todos os pacientes que apresentassem sintomas de gripe, febre ou insuficiência respiratória, seguindo um fluxograma de perguntas para situação real apresentada pelo paciente.
A infraestrutura foi readaptada, tornando-se um ambiente mais arejado, amplo e de fácil ventilação. A equipe organizou um espaço de lotação de forma isolada, com distanciamento de cinco metros de um paciente para outro, assim como uma capacitação para os profissionais de saúde sobre o manejo correto e uso dos epis, além da correta higienização das mãos.
Na ocasião, contou-se com um momento de educação em saúde para os pacientes e acompanhantes sobre a conscientização do isolamento social, higiene pessoal, de superfícies, sobre como conviver com pessoas infectadas no ambiente domiciliar e assim como com medidas de segurança para não contaminação do domicílio frente ao contexto pandêmico atual.
Com base no trabalho desenvolvido, pôde-se perceber a efetividade na aplicação da teoria ambientalista no âmbito hospitalar e social para com os pacientes. com isto, a equipe aderiu à mudança dos padrões de lavagem das mãos, antes e após o contato com o paciente, convenceu-se sobre a importância do uso correto dos EPIs na garantia do cuidado seguro, percebeu-se a higiene do ambiente de trabalho a partir de mudanças favoráveis, observou-se, também, novas formas de abordagem aos usuários, que demonstraram grande aceitabilidade da atividade, ao expressarem suas dúvidas e saná-las a partir das colocações claras, objetivas e didáticas repassadas pela equipe promotora da intervenção.
Após o desenvolvimento deste trabalho, pode-se perceber a relação de Florence Nightingale com as práticas de saúde atuais, frente a sua influência por meio da teoria ambientalista e demais práticas, as quais deram nova concepção à saúde pública e ao ambiente hospitalar, mostrando que, mesmo em era pré-bacteriana, Florence não ignorou a importância dos cuidados frente às infecções relacionadas à assistência à saúde.
Desta forma, a teoria ambientalista trouxe como percepção a influência do ambiente para as defesas naturais do indivíduo, reafirmando o quanto as condições externas, sejam elas saudáveis ou hostis, interferem no processo de saúde-doença do indivíduo, evidenciando-se, assim, a importância do trabalho interdisciplinar voltado para a manipulação do ambiente e melhores condições do cuidado.
Diante das situações vivenciadas em tempos pandêmicos, em especial na realidade no município de Pires Ferreira na qual foi retratada a experiência, observa-se a grandeza da influência deixada por Florence através de sua teoria e sua crescente contribuição para o combate da COVID-19.
Assim, os pressupostos da teoria ambientalista proporcionaram um aprofundamento acerca dos reais comportamentos a serem adotados, para que assim pudessem surtir êxito em meio a tanto caos. Desta forma, os resultados colhidos desta experiência são subsídios para uma reflexão sobre a realidade vivenciada por todo o mundo, assim como se faz necessária a busca de inovações que fortaleçam a prática profissional.
Como limitações, pode-se considerar a escassez dos recursos de proteção e informação, devido a necessidade do alto consumo, assim como a não colaboração de alguns pacientes e o risco diante da vasta facilidade de disseminação do vírus.
Em suma, espera-se que o presente relato auxilie na disseminação do conhecimento a respeito desta temática, que muitos profissionais possam seguir o exemplo de Florence, principalmente diante de um momento pandêmico como este, que exige uma atenção diferenciada para a higiene, pode-se prevenir a disseminação viral.
Coronavírus, ambiente, teoria.