A vacinação é um serviço de saúde considerado essencial e prioritário. Todo esforço para a manutenção da vacinação rotineira e consequentes coberturas vacinais devem estar entre as prioridades das autoridades de saúde pública. E, no contexto atual de pandemia, essa recomendação permanece e se faz o alerta para a importância de manter em dia a vacinação de rotina. A rápida escalada e a disseminação global da COVID 19 são uma grande preocupação e alteraram sobremaneira as rotinas das Instituições de Saúde serviços de saúde, incluindo a imunização visando limitar a transmissão do vírus. Em Teresina a vigilância epidemiológica das doenças preveníveis por vacinas deve ser mantida com estratégias de vacinação (rotina ou campanha) observando a obrigatoriedade do distanciamento social e outras medidas preventivas, como aquelas que permitam evitar aglomerações, contato entre pessoas doentes e saudáveis, bem como as boas práticas de higiene individual e coletiva devem ser mantidas e reforçadas.
Pretendemos relatar os resultados das estratégias para manter a cobertura vacinal de rotina em tempos de covid-19 em uma Unidade Básica de Saúde da Zona Rural de Teresina.
Para que houvesse a garantia da vacinação de rotina na Unidade foram propostas estratégias alternativas e adaptadas de forma a garantir a segurança dos trabalhadores da saúde e da comunidade, tais como: reforçar estratégias de distanciamento (especialmente de idosos e pessoas que vivem com doenças crônicas), educação em saúde de forma a desmitificar e estimular fortemente a continuação da vacinação de rotina, realizar a vacinação de rotina e campanha da gripe em locais da comunidade (fora da UBS), agendamento de horários e separação de públicos na chegada para evitar aglomeração. Outra estratégia que vem sendo sempre implementada é a de otimizar o calendário de vacinação, com a aplicação do maior número de vacinas na mesma oportunidade, ao tempo que se evita que o paciente vá diversas vezes à Unidade. Também se orienta a população para que não busque a vacinação na presença de sintomas respiratórios, nesse caso cumpram os 14 dias do isolamento e retornem para vacinação.
Como resultado podemos observar a manutenção da rotina de vacinação com 239 pacientes atendidos e administração de 356 vacinas em março, 253 pacientes com 285 vacinas em abril, 362 pacientes com 502 vacinas em maio e 129 pacientes com 252 vacinas em junho perfazendo um total de 983 pacientes atendidos e 1395 vacinas administradas, com uma média de 246 pacientes e 349 vacinas. Nesse período de pandemia, apesar de cumpridas às orientações de evitar aglomeração, também foi bem executada a Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza com a vacinação de 618 pessoas (76, 212, 286, 44 respectivamente). Como principais estratégias utilizamos marcação de horários alternados e vacinação na comunidade. Em relação aos imunobiológicos administrados apresentaram destaques nos quatro meses: Dupla adulto (45, 19, 11, 37), Febre amarela (28, 13, 33, 16), Hepatite B (46, 22, 34, 32), Meningocócica C (12, 3, 17, 14), Penta (24, 04, 25, 12), Tríplice viral (67, 01, 32, 28), VIP (12, 02, 11, 14).
Observou-se adesão da população as estratégias alternativas de vacinação, busca regular ao serviço, cumprindo o agendamento de doses futuras estabelecidas e respeito às rotinas estabelecidas. Na pandemia, os desafios da imunização tornaram-se ainda maiores, pois além dos tabus e resistências já comuns da população acrescentam-se os riscos da exposição/contágio. Reafirmamos a importância do isolamento, mantivemos a vacinação de rotina/campanha e medidas de segurança para público e profissionais.
Infecções por Coronavirus, Atenção Primária à Saúde, Doenças Preveníveis por Vacina, Estratégia Saúde da Família