Descrever a experiência do NASF-AB/PS na implementação e implantação do Programa que prevê uma abordagem interdisciplinar por meio das PICS direcionada aos profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS). Divulgar evidências científicas dessas práticas no processo de cuidado continuado, humanizado e integral, visando-se normatizar a utilização no Município. Ampliar o acesso às PICS pelos profissionais, buscando sensibilizá-los sobre a importância da qualificação e variedade de recursos de baixo-custo disponíveis para o cuidado à saúde. Disponibilizar informações sobre as práticas como uma nova perspectiva de assistência centrada no sujeito, considerando-se as dimensões físicas, mentais, emocionais e espirituais.

A metodologia aqui apresentada deriva da análise das experiências anteriores do NASF-AB/PS em ações de estruturação da Farmácia Viva em UBS, assim como o uso da Auriculoterapia tanto em pacientes participantes do Programa de Tabagismo quanto em profissionais da saúde das UBS. Além de reuniões gerenciais para discussão e elaboração das estratégias para aumento da consciência dos trabalhadores no uso dessas práticas. Nesse contexto de pandemia, o acesso foi ampliado por meio de encontros pré-agendados nas UBS. Durante os encontros, os profissionais têm a oportunidade de vivenciarem coletivamente nas rodas de conversa, Terapia Comunitária Integrativa (TCI), a prática da Meditação, experimentam o uso das Plantas Medicinais nas roda de chá e nos atendimentos individuais recebem a Terapia Reiki e a aplicação da Técnica da Auriculoterapia, além de ser fornecido um folheto informativo sobre as PICS disponibilizadas pela Equipe NASF-AB/PS. O instrumento utilizado para a coleta de dados são Atas de reuniões, lista de presença, vídeos, fotografias, ficha de anamnese e ficha de avaliação do Programa. Portanto, trata-se de uma ação programática desenvolvida de forma sistêmica com roteiro pré definido de ações e estratégias que buscam o cuidado integral e humanizado aos profissionais de saúde.

Foram realizados 17 encontros presenciais com 24 equipes, representando 100% das Unidades de APS do Município com a participação aproximada de 170 trabalhadores da saúde entre, enfermeiros, dentistas, médicos, auxiliares de consultório dentário, agente comunitário de saúde, agente de endemias, auxiliares administrativos, auxiliar de serviços gerais e estagiários. Durante as rodas de conversa observa-se angústia entre os trabalhadores por estarem expostos a situações que podem impactar negativamente na sua saúde física e mental. O medo de se contaminar, medo de contaminar familiares, a sobrecarga de trabalho, condições adversas e ansiedade são narrativas constantes além de emoções exacerbadas. Como resultados após o suporte assistencial do NASF-AB/PS a esses trabalhadores, tem-se verificado melhoria da dimensão mental, alívio do estresse, ansiedade, promoção do relaxamento e sensação de bem-estar, em especial após as práticas de Meditação, Reiki e Auriculoterapia. Há relatos de que se sentem fortalecidos e seguros no exercício de suas funções, motivados a realizarem o autocuidado contínuo, percepção de equilíbrio emocional e satisfeitos por perceberem que suas demandas são acolhidas e podem ser superadas coletivamente. A aplicação de novas formas de cuidado com a oferta das PICS desencadeou uma mudança de paradigma pautado na medicalização e com foco na doença para um modelo centrado no cuidado integral e humanizado. Além de despertar interesse de aperfeiçoamento nas PICS.

A proposta do Projeto de assistir os trabalhadores da linha de frente no combate à Covid-19 numa perspectiva interprofissional, multiprofissional e ampliada com o uso das PICS vem potencializando a forma de cuidado integral, humanizado e de qualidade centrada no sujeito, configurando-se numa terapêutica e promotora de saúde na APS. O uso das PICS nesse contexto de pandemia despertou o interesse de profissionais da saúde a buscarem qualificação e aperfeiçoamento sobre a temática para enriquecimento do seu potencial de cuidado, na promoção da saúde e na prevenção de agravos tanto da população como da Equipe de saúde. O Projeto tem permitido também divulgar as evidências científicas do uso das PICS na APS tanto com a chancela da gestão quanto do Conselho Municipal de Saúde que tem apoiado e fomentado a sua aplicação. Sabe-se que, embora o acesso às PICS seja regulado pelo SUS desde 2006, ainda há resistência de usuários e profissionais da saúde justamente por haver pouca divulgação das informações sobre a utilização das práticas no cuidado integrado e humanizado. Portanto, o Projeto tem contribuído no despertar do interesse social e de profissionais como estratégia terapêutica promotora de saúde principalmente em tempos de Covid-19

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