- Ofertar um atendimento com menor risco de contaminação cruzada - Diminuir a exposição dos profissionais de saúde a pacientes contaminados pela COVID-19.

Primeiramente foi realizada várias discussões entre a equipe de enfermagem, equipe médica e gestores a fim de estabelecer medidas necessárias para diminuir os riscos de contaminação pela COVID-19. Para isso foi utilizado o Plano de Contingência Municipal para infecção humana pelo novo Coronavírus COVID-19, embasado pelo Plano Estadual e Normas técnicas divulgadas pelo COE-MT. Considerando a necessidade de se evitar aglomeração no atendimento e a disseminação do vírus foi realizado o diagnóstico e assim planejada as ações a serem realizadas. Foram montados consultórios para atendimento médico e de enfermagem em frente ao Hospital, com a utilização de mesas, cadeiras, macas e biombos para preservar a intimidade dos pacientes. Também foi instalada uma pia para lavagem das mãos na recepção externa. Para atendimento do laboratório foi montado uma tenda para que os pacientes aguardassem em área externa, evitando aglomerações. Foram montadas estruturas com divisórias na recepção interna (mesmo com poucos casos adentrando no Hospital) e no posto de enfermagem no setor de internação. Para adaptação do isolamento para pacientes COVID positivos foi instalada uma divisão no corredor do internamento, onde a porta de entrada para o isolamento permaneceu sendo a porta do fundo deste corredor. Permanecendo três quartos para isolamento COVID-19, um repouso para a equipe e um posto de enfermagem. No refeitório a mesa única e os bancos foram substituídos por mesas individuais e cadeiras.

O processo de adaptação dos consultórios na área externa foi mais rápido de se realizar, pois não demandou mudança na estrutura física, mas somente modificações nas disposições dos mobiliários. As equipes aderiram bem a esse tipo de atendimento por entenderem a importância desta modificação para proteção da população em geral e deles mesmos. Os pacientes com síndromes gripais também eram orientados a sentar-se em cadeiras separadas para esses casos, a fim de evitar a aglomeração com pacientes que permaneciam ali por outras queixas. No início das mudanças alguns pacientes apresentaram resistências, mas por fim entenderam a necessidade de todos os cuidados tomados. As barreiras de proteção possibilitaram uma maior segurança na atuação dos profissionais que estão na linha de frente do combate a COVID-19. O setor de isolamento atendeu as expectativas dos profissionais, já que deu todo o suporte de atendimento em setor individualizado para essa demanda. Possibilitando que esse paciente permanecesse em ala de cuidados específicos para COVID-19, e que o profissional que ali estava durante o plantão executasse somente atendimento para aquele grupo, diminuindo consideravelmente o risco de contaminação cruzada. Em relação ao refeitório, a princípio houve uma indisposição com parte dos funcionários por muitos não entenderem a importância daquela modificação. Mas com o passar dos dias ocorreu uma maior aceitabilidade.

Dentro das possibilidades encontradas pela equipe, as modificações estruturais trouxeram inúmeros benefícios no que tange a proteção da saúde dos profissionais envolvidos, assim como dos pacientes que frequentam essa Unidade hospitalar. Ao mesmo tempo que diminui o risco de contaminação também aumenta a segurança psicológica dos profissionais da Unidade. Essas discussões entre os profissionais que estão na assistência e os gestores para tomada de decisão relacionada ao processo de trabalho é de suma importância para a efetividade da prestação de serviço. Já que são esses profissionais que trazem as demandas que a prática assistencial requer, e assim fica possível a gestão pautar suas decisões com embasamento teórico-prático. Não é possível afirmar que as medidas tomadas influenciaram no número de casos confirmados da COVID-19 no município de Terra Nova do Norte. Ainda se permanece atuando no combate a esse vírus que tanto tem ceifado vidas em todo nosso país. Aqui foram registradas ações que tiveram um resultado satisfatório em relação à dinâmica do atendimento de pacientes com síndromes gripais, considerando também a aprovação das modificações pelos profissionais que atuam nesta Unidade.

Adaptação estrutural isolamento síndrome gripal barreiras estruturais.