Apresentação/
Introdução:
Apresentação/Introdução:
Apresentação: O Inquérito Epidemiológico surgiu a partir da oportunidade de observação sobre a progressão da Covid-19 no Estado de Goiás, uma vez que foram adotadas medidas de contenção precoces em relação a outros estados. Portanto, a curva epidêmica tem mostrado um ritmo de crescimento reduzido, diferente dos estados cuja adoção de medidas de contenção foi tardia. No entanto, dada as limitações de testagem e diagnóstico da Covid-19, existe uma lacuna na compreensão do cenário atual de transmissão da doença e o real impacto da adoção precoce de medidas de isolamento social. A partir deste cenário e com a retomada da circulação da população e a reabertura gradual das atividades, torna-se imperativo a compreensão atual da transmissão do novo coronavírus para a adequada orientação das atividades de controle. A compreensão do impacto dessa decisão precoce das atividades de isolamento social fornece elementos fundamentais tanto para a presente epidemia, como para potenciais epidemias futuras. Como forma de gerar dados e facilitar a tomada de decisão no contexto da pandemia, está sendo executada uma parceria entre pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), Secretaria Estadual de Saúde, e alguns municípios do Estado de Goiás, sendo que sua formalização no município de Goianésia – GO foi pactuada na Comissão Intergestores Bipartite em abril de 2020 e tratando-se do único município de pequeno porte com menos de 100.000 habitantes nessa amostra.
Objetivos
Identificar a circulação viral e a evolução da transmissão do novo coronavírus no município de Goianésia – GO por meio de inquéritos soroepidemiológicos sequenciais produzir novos parâmetros epidemiológicos baseados na real circulação do vírus para alimentar os modelos de predição de cenários a curto, médio e longo prazo orientar a tomada de decisões dos órgãos municipais sobre possíveis cenários da transmissão fomentar a parceria entre a atenção primária em saúde, vigilância epidemiológica e ensino e pesquisa da Universidade Federal de Goiás.
Metodologia
Agentes comunitários de saúde e profissionais da enfermagem fizeram o mapeamento das áreas por georreferenciamento e configuração da população a ser testada de acordo com os critérios e do tamanho da amostra calculada. Os indivíduos selecionados foram convidados e agendados para testagem nas unidades básicas de saúde, onde fizeram testes rápidos para a identificação de anticorpos IgG e IgM na quantidade estimada para o inquérito. Cada resultado foi informado individualmente e inserido nas estatísticas do Inquérito, procedendo-se a análise da prevalência de infecção pelo SARS-CoV-2 para cada setor, faixa etária e município por meio da diferença percentual entre os resultados de cada fase do Inquérito. Os profissionais de saúde que participam do inquérito também são testados a cada fase. A prevalência foi calculada através do número de casos positivos divididos pelo número de pessoas testadas.
Resultados
Foram executadas até o momento 5 fases do Inquérito, convocadas 450 pessoas a cada fase, totalizando 2250 pessoas testadas, das convocadas 407 não compareceram no dia da testagem (18,08%). Dos testados, 1747 apresentaram resultados negativos e 95 positivos. A prevalência apresentada em cada fase foi respectivamente: 1,3%, 3,4%, 1,3%, 7,7%, 11,5%, sendo o aumento na curva epidemiológica leve quando levado em conta os intervalos de segurança de 95% Além destas evidências, os dados estão sendo tratados de modo específico por sexo, faixa etária e localização geográfica. Os profissionais envolvidos em todas as fases foram testados, totalizando 479 testes, destes apenas 4 foram positivos que eram sabidamente IgG já liberados para o retorno ao trabalho, a reduzida quantidade de positivos entre os profissionais deixa evidente que as medidas de proteção individual e as estratégias de prevenção implantadas nos serviços de saúde municipal tem sido eficazes na proteção desses colaboradores. Foram pesquisados os contactantes dos pacientes positivos, sendo testados até na fase 4 um total de 121 contactantes, desses 25 testaram positivo, o que nos remete a uma prevalência de 20,6%, significativamente maior do que a observada na população geral, confirmando a hipótese que dividir o lar com um paciente positivo aumentam as chances de ser contaminando, evidenciando a importância da orientação clara sobre o isolamento dentro do domicílio e o acompanhamento dessas famílias.
Conclusões
O Inquérito soroepidemiológico se mostrou uma ferramenta eficiente na investigação epidemiológica municipal, permitindo que a Secretaria Municipal de Saúde direcione recursos e aprimore suas ações de vigilância com base nas estatísticas geradas, executando várias frentes de trabalho para estabilização da curva epidemiológica e mitigação da infecção. Através dela, novas estratégias foram traçadas e direcionadas a populações específicas. Os dados gerados estão servindo de bases para estudos científicos e novas fases já estão sendo programadas, tamanha acurácia deste modelo de estudo heurístico epidemiológico.
Palavras-chave
inquérito epidemiológico vigilância em saúde coronavírus Covid-19 atenção em saúde promoção à saúde secretaria de saúde de Goianésia – GO.