Em 2019 surgiu uma nova doença de grande difusão epidemiológica mundial, a COVID-19, chegando no Brasil em 2020, com grande risco de letalidade. Os casos de infecção pela doença no estado do Maranhão têm confirmação “em 20 de março de 2020”. Foram confirmados até abril “20,2% (2.105) casos”, São Luís é um município que recebe grande demanda de fluxo de pessoas, por ser cidade turística, atrai muitas pessoas (ALMEIDA et al, 2020, p. 05). Mediante o asseverado, surge a necessidade de preparar ações que viabilizem a sensibilização quanto aspecto sanitário. O processo educativo propicia a construção de novos hábitos que devem ser apropriados pela população. Para fazer uma abordagem junto aos vendedores de alimentos de pequenas bancas e carrinhos de mão, objeto do planejamento de Educação em Saúde, tem que utilizar linguagem clara e de fácil entendimento como ferramenta de comunicação que alcance todos níveis cognitivos distintos de cada vendedor. Vendedores de alimentos ambulantes, é uma das classes de trabalho mais antigas de São Luís moldando-se aos aspectos culturais e históricos, em dias atuais, é ainda predominante na parte do centro histórico e logradouros adjacentes. A região do centro tem fluxo intenso de transeuntes, por ser uma região com grande concentração de pontos comerciais, percebe-se a relevância em propagar os cuidados redobrados em minimizar os impactos da proliferação da nova doença.
Geral Orientar sobre protocolos de atendimento para prevenção da Covid-19 para vendedores de alimentos de pequenas bancas e carrinhos de mão no Centro Histórico e adjacências em São Luís/MA. Específicos - Gerar proximidade entre a Secretaria Municipal de Saúde e a comunidade - Estimular hábitos de saúde individual e coletivo -Integrar o saber técnico ao popular, adequando o conhecimento ao nível cognitivo -Iniciar um processo de educação contínua em relação a nova doença.
O período de realização do projeto junto à comunidade do centro histórico e adjacências foi de maio a agosto de 2020, com escopo em aproximar a secretaria municipal de saúde das atividades da comunidade como forma de empoderar o enfrentamento com base em conhecimento sobre a nova doença. As ações foram realizadas por etapas: 1- Estudo sobre a doença com a equipe de Educação em Saúde 2- Elaboração de formulário para informações socioeconômicas, culturais e sobre a Covid-19 3- Aplicação de formulário na área do centro (Madre Deus, Rua Grande, Reviver, Centro histórico e Anel Viário) e distribuição do kit (flyer explicativo da Secretária Municipal de Saúde, luvas, tôca e máscaras) 4- Produção científica do artigo exitoso. 5- Planejamento da prospecção do projeto para próximos 3 meses. Em primeiro momento a Covid-19 exigiu da saúde ações rápidas de manejo aos acometidos com a doença. O que se propõe como primícia problemática, é o fato de ser uma patologia sem precedentes que se proliferou deveras célere e com grande letalidade. Em março pouco a cidade de São Luís sabia sobre a doença, e o conhecimento sobre características e como a doença era constituída, ainda era pouco consistente. Contudo, com base no Plano de Contingência do Novo Coronavírus 2019 do Estado do Maranhão foram sendo divulgadas orientações e informações que puderam esclarecer e oportunizar os projetos de gestão de riscos para a população.
Um vendedor atende em média 10 pessoas diariamente, é um impacto populacional que passa despercebido ao analisar pelo prisma da quantidade de pessoas atendidas, pois a falta de informações corretas faz com que haja a proliferação da doença. Foram realizadas N=56 (100%) pessoas que participaram do preenchimento do formulário, 11 pessoas não quiseram participar da pesquisa. Destaca-se que 25 (aproximadamente a metade/45%) nunca frequentou o ensino formal da escola, 12 ambulantes (21%) frequentaram até o ensino fundamental, 16 (29%) frequentaram até o ensino médio e apenas 3 (5%) cursam o nível superior. A dificuldade em entender as informações foi um dos desafios em atuar na conscientização, e por consequência efetivar mudança de cultura em relação à hábitos de higiene. Observa-se que 50 pessoas responderam que utilizam máscaras, 36 pessoas que utilizam álcool gel, 10 usam luvas, 2 usam tôcas, 6 pessoas não utilizam nenhum tipo de protocolo de segurança e higiene própria e ao consumidor. Projetos comunitários são essenciais para conscientização da população, fomentando ações futuras para outros nichos da comunidade, 55 dos partícipes afirmaram que o projeto é de fundamental importância para vendedores de alimentos em via pública, 1 pessoa afirma que o projeto não é relevante. Ao final da pesquisa são doados kits (flyer informativo, máscaras, tôcas, luvas e álcool gel) aos vendedores, foram doados 3 faceshields (protetor facial) para idosos com mais de 80 anos.
A promoção da saúde por meio desse projeto estimulou a aquisição de conhecimento, a promoção do debate da prevenção em meio social e o engajamento através da aproximação da Secretaria Municipal de Saúde com a comunidade Ludovicense. Ações junto à comunidade evidencia uma avaliação consciente do real contexto da identidade de um povo, correspondendo ao objetivo que foi orientar sobre protocolos de atendimento para prevenção da Covid-19 para vendedores de alimentos de pequenas bancas e carrinhos de mão no Centro Histórico e adjacências em São Luís/MA, estimulando hábitos de saúde individual e coletivo. Como recomendação o projeto deve continuar para passar para novo público alvo, classe trabalhista dos lavadores de carro. Incentivar ações em educação em saúde abre espaço social para debater sobre informações que aos poucos integra o saber técnico ao popular, adequando o conhecimento ao nível cognitivo do público-alvo, que são pessoas que em grande número tiveram pouco ou nenhum ensino formal, avançando em um processo de educação contínua em relação a nova doença. Referência ALMEIDA et al. CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE COVID-19 NO MARANHÃO: Uma breve análise.2020.
Educacão em Saúde, Covid-19, Ações, Vendedores de alimentos, Via pública.