No cenário da pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19), emergência de saúde pública de importância internacional, uma das orientações para evitar a disseminação do vírus é o isolamento social. Neste mesmo cenário há necessidade da continuidade do cuidado das condições crônicas, sendo necessário novas estratégias para fortalecer e garantir o acesso ao cuidado adaptando-o ao novo contexto apresentado. Uma das estratégias do Ministério da Saúde para tentar diminuir a propagação do novo coronavírus e ainda levar assistência à população é investir em soluções de telemedicina e telessaúde com o objetivo de manter e expandir a capacidade de atendimento da rede assistencial em saúde. Assim, município de Ribeirão Preto investiu na ampliação do acesso na APS por meio da organização de atendimentos utilizando as tecnologias de informação e comunicação (TICs) para fortalecer o sistema de saúde, ampliar o acesso ao cuidado de saúde nos níveis de atenção primário e secundário, reduzir a exposição de pacientes com comorbidades e/ou idosos aos serviços de saúde durante a epidemia e manter o cuidado às condições crônicas evitando a agudização das mesmas. Foi organizado um grupo de trabalho multiprofissional para discutir a temática, as legislações pertinentes, estudar o assunto e levantar experiências prévias de outros municípios. O plano de trabalho foi composto por ações técnicas e operacionais como listar, solicitar e prover os recursos materiais necessários para cada unidade de
Descrever os resultados da implantação de um protocolo de telessaúde para as unidades de saúde de Ribeirão Preto - SP.
Estudo descritivo com proposta de análise de um objeto de uma situação - problema, com descrição da experiência dos serviços de saúde de Ribeirão Preto - SP frente à implantação de um protocolo de telessaúde. Para o levantamento dos dados foi utilizado a plataforma HYGIAWEB, sistema de informação utilizado pelo município de Ribeirão Preto – SP para o registro das ações de saúde. Foram criadas nesse sistema siglas para a recepção e registro das ofertas de TICs, sendo a sigla de teleconsulta (TC) para a realização de consulta médica ou por outro profissional de saúde à distância por meio de TICs e a sigla de teleatendimento (TELEATEND) para registro das ações de teleorientação e/ou telemonitoramento. A teleorientação refere-se à avaliação remota do quadro clínico do paciente, para definição e direcionamento e orientação ao tipo adequado de assistência que necessita e o telemonitoramento ao monitoramento a distância de parâmetros de saúde e/ou doença de pacientes por meio de TICs, incluindo a coleta de dados clínicos do paciente, sua transmissão, processamento e manejo por um profissional de saúde por meio de um sistema eletrônico. Após o protocolo aprovado que ocorreu no início de junho/2020, os profissionais da rede assistencial foram orientados via on line, quanto à importância do uso da telemedicina, os tipos de tecnologia que podem ser utilizadas e como escolher a mais adequada para o atendimento, aos critérios de elegibilidade para as ações em telemedicina, à organização
No período considerado foram realizados 2450 teleconsultas na rede municipal de saúde e 2362 teleatendimentos (teleorientação e telemonitoramento). Em relação às teleconsultas, percebe-se uma grande diversidade profissional utilizando a ferramenta (gráfico 1), sendo que a categoria profissional que mais utilizou a ferramenta foi a psicologia (22%), seguido do enfermeiro da estratégia de saúde da família (ESF) (18%) e do médico da ESF (15%). Quanto ao teleatendimento, percebe-se que as categorias profissionais (gráfico 2) que mais utilizaram a ferramenta foi o enfermeiro da ESF (15%), a psicologia (15%) e o enfermeiro da rede básica e média complexidade (12%). Quanto ao treinamento dos profissionais, este continuará para o mês de outubro de modo online. A supervisão e apoio técnico está sendo realizada pela equipe da SMS, contando com 1 médico de referência, 2 enfermeiros e 1 dentista. Essa retaguarda para discussão de casos eletivos, ajuda operacional e orientações gerais está sendo realizada via email, telefone ou WhatsApp.
O uso dessa ferramenta no município teve início em um momento crítico vivenciado por conta da Pandemia, o qual exigiu preparação técnica dos profissionais de saúde para uso desta ferramenta e também um desafio para os gestores na aquisição de recursos materiais , na implantação nas Unidades de saúde e para os profissionais de saúde na operacionalização. Entraves do processo de aquisição dos recursos materiais, prazos não cumpridos por fornecedores, pouca familiaridade da gestão na temática, insegurança e/ou resistência dos profissionais para a utilização da ferramenta e dificuldade de contactar os usuários devido mudanças de telefones ou cadastros desatualizados foram alguns dos fatores dificultadores desse processo. Acreditamos que ainda com tais dificuldades, o uso incipiente demostra o comprometimento das equipes em aprimorar a assistência prestada frente às mudanças ocorridas nos últimos tempos e frente aos poucos recursos materiais disponíveis. A telemedicina/telessaúde pode auxiliar na expansão da capacidade de atendimento da rede de serviços prestados na atenção primária e secundária, uma vez que investir em tecnologia é uma estratégia eficiente para diminuir a propagação do vírus e para minimizar os impactos causados p
Coronavírus, Telessaúde, Unidades de saúde