Promover a prevenção dos agravos com crescentes casos no município de Araçatuba, visando o controle da dengue e coronavírus. Integrar a Vigilância em Saúde e a Atenção Básica, por meio da reestruturação do processo operacional dos profissionais de saúde da ponta, em meio ao enfrentamento da pandemia do coronavírus. Aprimorar a vigilância em saúde visando controlar outras epidemias, como por exemplo dengue, atendendo aos programas de controle preconizados. Assim, tais ações de controle mostram-se essenciais, uma vez que, em meio a transmissão do COVID-19, o surgimento de outras epidemias pode ter impacto desastroso, levando ao esgotamento do Sistema Único de Saúde.

A partir da Nota Informativa Nº 8/2020 do Ministério da Saúde, acerca das diretrizes da rotina de visita dos ACE e ACS, o município de Araçatuba precisou reestruturar o processo. Os gestores decidiram iniciar as etapas operacionais da Integração entre Vigilância em Saúde e Atenção Básica. Assim, as áreas de abrangência de cada UBS foram mapeadas visando reconhecimento e cobertura do integral do município. Portanto, os ACE locados no CCZ foram distribuídos nas 17 unidades, considerando a quantidade de imóveis que cada agente, em sua atribuição, pode visitar. Esses dados foram cruzados com a quantidade de famílias que cada ACS atende, bem como as unidades de referencia para cada bairro. Neste momento, a gestão fortaleceu suporte técnico incluindo uma médica veterinária como coordenadora operacional das ações de combate às endemias, com reuniões semanais de avaliação e planejamento das atividades desenvolvidas. A criação da Unidade de Vigilância em Zoonoses sistematizou os dados gerados no campo fornecendo informações em tempo real. Todas as etapas deste processo contaram com assessoria e suporte da SUCEN. Os agentes passaram por oficinas de capacitações, com temas sobre o território em si, os processos de trabalho e as novas estratégias exigidas no contexto da pandemia. Sendo assim, são agentes educadores, pois seja em visitas ou nas UBSs, desenvolvem a comunicação e sensibilização da população quanto às medidas preventivas a contaminação do coronavirus.

Cada UBS da área urbana do município, recebeu os ACE que morassem no próprio território de sua abrangência. A equipe conta também com um supervisor da área, responsável pelas ações localmente, este tornou-se essencial, pois com o impedimento das capacitações em grandes escalas, estas foram realizadas com estes profissionais, assim a disseminação das informações dependeu inteiramente destes. A todo momento a equipe técnica analisou os dados que guiou os trabalhos de campo, apoiados nos dados científicos e determinações das autoridades de saúde. A integração tornou as ações de controle da dengue mais seguras, pois mesmo em meio a pandemia, precisaram ser retomadas, devido ao aumento constante desde o início do ano, decisão embasada na mesma Nota Informativa. Após isto, houve um declínio aparente nos casos de dengue, pois a integração tornou as ações mais rápidas e efetivas. Os dados foram de dengue foram: em janeiro, 276 casos; em fevereiro, 593; em março, 627 caracterizando o pico da epidemia de dengue e de COVID até então; abril encerrou com 330 casos, período que iniciou a integração; maio 198, casos; junho, 136; julho, 74 e agosto 27 casos positivos. Em relação a proteção dos ACE, a transmissão entre os agentes iniciou no CCZ, com a infecção de três pessoas, assim a locação destes nas UBSs onde não havia casos, foi assertiva, pois somente mais três agentes entre 98 foram positivos, no momento inicial. Depois disto, mesmo com o aumento dos casos sua dispersão foi controlada.

No município a Atenção Básica identificou sintomas semelhantes entre dengue e o coronavírus, trazendo aos profissionais da saúde mais um desafio para o controle das enfermidades. Diante do risco do enfrentamento de uma epidemia de dengue fora de controle e a crescente pandemia, os gestores precisaram adiantar a transição do processo de trabalho da integração. Mesmo com insegurança dos agentes em serem transferidos para as UBSs a administração embasou-se na equipe técnica, ainda que em um ano eleitoral, tal medida poderia ser repercussões negativas. Entretanto, não somente os dados, mas também o envolvimento dos ACE mostrou que a decisão foi acertada. Este processo de trabalho trouxe autonomia e valorização dos agentes, favorecendo a criação do vínculo, promovendo a saúde. Por isso pode-se concluir que a Integração entre Vigilância em Saúde e Atenção Básica é uma estratégia de sucesso para o enfrentamento do coronavirus.

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