A infecção humana causada pelo novo coronavírus (SARS-Cov-2) é uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, cujo espectro clínico é diverso, variando de sintomas leves à síndrome respiratória aguda grave. A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) orienta que pessoas com mais de 60 anos, sobretudo se tiverem diabetes, hipertensão ou Problemas respiratórios, cardiológicos, renais ou neurológicos, além de indivíduos em tratamento de câncer ou que estejam com a imunidade comprometida, bem como todos aqueles com mais de 80 anos ou que tenham sinais de fragilidade, restrinjam o contato social. Atualmente a população idosa em Rio Branco-Acre é de aproximadamente 21.620 (IBGE, 2010). É importante salientar que a maioria deles apresentam doenças crônicas que aumentam o risco de complicações e óbito quando expostas à infecção pelo SARS-CoV-2. Nesse sentido, o isolamento social é uma das medidas mais eficazes para evitar a exposição desnecessária ao novo coronavírus. Nesse sentido, o distanciamento social exige a necessidade de reconfiguração de comportamentos, com prioridade para ações de higiene constantes, como lavagem das mãos, uso de álcool em gel, afastamento de outras pessoas, etiqueta respiratória, cuidados ambientais e emocionais. Para tanto, a família, profissionais de saúde e demais segmentos sociais podem se tornar uma rede de apoio valiosa, através da qual é estabelecida uma relação de respeito e pactuação conjunta de atividades diárias.
Ampliar a capacidade dos idosos para o autocuidado apoiado;
Disponibilizar orientações e informações a familiares e outros cuidadores sobre as medidas de prevenção à COVID-19;
Informar os serviços disponíveis pela SEMSA de atendimento aos idosos (teleatendimento, medicamento em casa, visita peri-domiciliar pela ESF, renovação de receitas, acompanhamento de idosos em condições crônicas);
Desenvolver sistemas de comunicação entre profissionais, idosos e família, de forma remota, por meio das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) através de grupos de WhatSapp, vídeos, lives;
Fortalecer os vínculos permitindo a tomada de decisão em saúde, agilizando o atendimento médico e da equipe de cuidado;
Contribuir com a população dos gerontos a construção de gerações de idosos mais independentes e robustos com capacidade funcional para autonomia e independência.
Rastrear as condições de risco funcional através do IVCF20 que permitirá obter índices de estados de saúde.
A metodologia utilizada foi pautada em estratégias de prevenção e promoção de qualidade de vida aos idosos de forma remota e presencial, visto que, este grupo populacional apresenta alta vulnerabilidade à contaminação pela COVID-19 e será um dos últimos grupos a interromper as medidas de isolamento social. Para tanto, a Área Técnica de Saúde do Idoso articulou parcerias com entidades religiosas (Pastoral da Pessoa Idosa e Igreja Assembleia de Deus) e acadêmicos do Curso de Fonoaudiologia da Uninorte que atuaram como agentes multiplicadores do autocuidado apoiado aos idosos, auxiliando em orientações de higiene e medidas de proteção individual e coletiva. Dentre as atividades contempladas no projeto estão: as qualificações para os profissionais de saúde em avaliação de risco funcional, produção de vídeos educativos, lives temáticas, vídeo chamada, visita peridomiciliar, teleatendimento fonoaudiólogico, sessão de yoga. Campanhas dos idosos fiquem em casa.; campanha contra a violência contra o idoso; distribuição de máscaras para idosos.
56 profissionais qualificados em estratificação de risco, através do instrumento (IVCF20). Monitoramento pelos ACS através de visita peridomiciliar e por contato por redes sociais; consulta médica quando era de extrema necessidade; Realizadas 270 visitas a idosos pela pastoral da Pessoa Idosa, com abordagem de orientações quanto aos cuidados e medidas de proteção e segurança dos idosos para evitar que os familiares e amigos levassem a contaminação para dentro do domicilio; Produção de 08 vídeos educativos por acadêmicos de Fonoaudiologia e Fisioterapia, referente a temáticas de orientações de cuidados com a voz, audição, respiração, meditação; Teleatendimento fonoaudiológico a 15 idosos com comprometimento por agravamento de condições crônicas devido ao isolamento social; vídeos chamadas com bate papo com 25 idosos sobre como conviver em isolamento social e ansiedade em tempos de pandemia, autocuidado apoiado, saúde mental; Participação significativa de idosos, familiares e cuidadores em lives temáticas sobre: musicoterapia e cuidados com a voz; cuidando da saúde mental de idosos em tempos de pandemia; abordagem alimentação saudável para idosos com Alzheimer; sessão de Layla yoga; saúde mental de cuidadores de idosos com Alzheimer Cuidando de quem cuida. Participação de idosos nas campanhas idoso fiquem em casa e violência contra o idoso pelas redes sociais ; distribuição de máscaras para 760 idosos.
A pandemia do novo coronavírus trouxe impactos à saúde dos idosos, o distanciamento e o isolamento foram as medidas mais eficazes para evitar a contaminação. O que desafiou a gestão municipal a buscar estratégias compatíveis a nova realidade e suscitou a importância do fortalecimento da rede de cuidado para esta população. Apesar das medidas restritivas necessárias à proteção dessas pessoas, foi necessária a intensificação do suporte técnico às ESF, do preparo da família para o cuidado. Portanto, constatou-se, a partir da execução do projeto, a participação significativa dos familiares e de idosos nas atividades propostas, com discussão das temáticas, retiradas de dúvidas sobre os cuidados e medidas de proteção. Além disso, promoveu a cogestão do cuidado entre idoso, familiares e profissionais de saúde. Neste sentido, os resultados revelaram a inovação e a criatividade do Projeto, ao passo que subsidiou mudanças no processo de trabalho e estimulou a articulação em rede, fatores imprescindíveis na ressignificação das estratégias e o desenvolvimento de ações efetivas na promoção da saúde e qualidade de vida dos idosos, colaborando significativamente para superação da adversidades inerentes ao cenário atual.
Saúde do idoso; cogestão do cuidado; reorganização dos serviços; pandemia