A pandemia causada pelo novo Corona Vírus, trouxe diversos desafios para todas as categorias profissionais designadas ao enfrentamento da doença, assim como para a gestão em saúde. No contexto dessa pandemia, grande parte das ações e intervenções estavam baseadas em experimentos in vitro, experiências profissionais no seguimento de patogologias com semelhanças à COVID-19 e estudos observacionais pequenos sem metodologia adequadas. Houve descoordenada busca por um tratamento e drogas cuja efetividade eram duvidosas e que rapidamente apregoadas como potencialmente salvadoras. Neste cenário de guerra contra o desconhecido, o processo médico de decisão clínica, que usualmente é guiado por uma abordagem racional, baseada em evidência, estava fragilizado considerando o efeito desastroso da doença. Haviam medicamentos que estavam sendo prescritos, mas que não estavam disponíveis nas farmácias básicas e nem facilmente encontrados nas farmácias populares, ocasionando desespero entre os contaminados pela doença. Muito embora essa situação é passível dadas as circunstância, tornando a necessidade de um protocolo de recomendações ao tratamento da COVID uma necessidade de caráter prioritário. buscando a maior assertividade a elaboração do protocolo de recomendação primou-se por uma construção coletiva, guiado por profissionais tendo como base as melhores evidências disponíveis no momento.
Compartilhar saberes e experiências do cotidiano na pandemia, para criação de um protocolo de recomendações de tratamento à COVID-19. Fazer dessa iniciativa uma estratégia de educação permanente dialogada entre a gestão e os profissionais de saúde.
Para a construção do protocolo de recomendações, primeiro foram definidos quais seriam os participantes envolvidos e realizado as divisões dos grupos de trabalho. Entre os envolvidos, foram criados 03 grupos de discussão formado por profissionais da linha de frente e a gestão da saúde municipal . O grupo 01 teve o propósito de uma discussão técnica, elencando as possibilidade terapêuticas associadas a cada fase do desenvolvimento da patologia, ou seja, sintomas versus medicamentos. Neste momento, foi necessário um grupo com um menor numero de pessoas, no entanto bem representativo, composto por médicos da ESF que trabalhavam nos território mais populosos e com um alta incidência de COVID (total de 03 médicos), 01 medico representante da referência ambulatorial COVID, 01 infectologista, 01 farmacêutico, enfermeira referencia da educação permanente. Diante da lista de medicamentos como proposta terapêuticas levantadas pelo grupo 01, o grupo 02 composto por infectologistas, diretoria clinica hospitalar e gestores (secretário de saúde, subsecretário de saúde, diretor da farmácia), ficou com a responsabilidade de discutir e validar as opções apresentadas. Com as opções validadas pelo grupo 02, coube ao grupo 03, composto por todos os médicos da atenção primário e ambulatorial, aprovar a utilização da proposta construída. O encontros com os grupos menores foi promovido presencial e os encontros com grande número de participantes foi virtual.
A estratégia dialogada entre os gestores e os profissionais da linha de frente demonstrou-se como um ferramenta democrática de tomada de decisão. Em todo processo de construção, houve uma intensa troca de saber e práticas, permitindo reflexões críticas da gestão e da prática assistencial em meio a pandemia, promovendo comprometimento dos profissionais e sensibilização da gestão para a aquisição e utilização dos insumos medicamentosos. O espaço de discussão propiciado permitiu falar sobre os nós críticos, como, as dificuldades na compra de determinados medicamentos e a utilização de medicação de caráter preventivo sem fundamentação. A criação do protocolo teve impacto direto na otimização dos insumos, na disponibilidade e acessibilidade de tratamento em tempo oportuno para todos os infectados pela COVID-19. Considerando a dificuldade de paralisar ou deslocar os profissionais estavam no combate ao COVID na linha de frente, foi utilizado encontros virtuais, que permitiram a participação de aproximadamente 60 profissionais na construção do protocolo, sendo a maioria de médicos, sem causar nenhum prejuízo assistencial e permitindo que o documento fosse iniciado e finalizado em 10 dias.
A utilização de uma metodologia de diálogo entre os envolvidos direto e indiretos a atenção à saúde, além de configurar um espaço de troca de conhecimentos, também permite a construção da acessibilidade e resolutividade da assistência à saúde prestada aos usuário. Ao passo que a pandemia aumentava a incidência em nosso município, a necessidade por trocas de experiências e alinhamento de condutas dos profissionais da saúde tornavam-se indispensáveis, principalmente para garantir um tratamento acessível, pautado em evidencias clinicas e bases cientificas. Durante todo o processo de construção da estratégia, houve respeito a autonomia do exercício da prescrição medicamentosa pelo profissional médico. Portanto, mesmo com o protocolo de recomendações, ficou esclarecido que o profissional médico não é impedido de optar por outras propostas medicamentosas, mesmo sabendo que foi definido de forma coletiva e consensual quais medicamentos estariam disponíveis aos usuários nas farmácias básicas do município.
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