Assim que a transmissão comunitária do coronavírus foi evidenciada no Brasil, as áreas técnicas começaram a trabalhar ideias de como seria o enfrentamento e controle da pandemia no município de Sebastião Laranjeiras – BA. Foram criados fluxos e outros instrumentos de trabalho que possibilitassem a comunicação entre os profissionais que realizam o atendimento inicial ao caso suspeito, seu encaminhamento para vigilância epidemiológica e atenção primária para permitir o monitoramento pelo agente comunitário de saúde, o acompanhamento pela equipe de saúde da família e realização dos exames diagnósticos (RT-PCR, testes rápidos anticorpo, raio x, tomografias) até a finalização do caso em confirmado ou descartado. O monitoramento consiste em acompanhamento diário do caso suspeito/confirmado para COVID-19 e seus contatos realizado pelos Agente Comunitário de Saúde - ACS por meio de chamada telefônica, whats App e se necessário a visita domiciliar cumprindo rigorosamente as medidas de proteção individual, além disso o ACS disponibiliza além do seu contato, o número da “Equipe de Orientação da COVID-19 do município” e orienta o paciente e seus contatos a informar caso apresente algum sintoma, precise de alguma informação, tirar dúvidas entre outros. Trata-se de uma estratégia que vem imbuída de inúmeras dificuldades para a seu desenvolvimento por constitui-se num processo que abrange todos os profissionais envolvidos na assistência direta e indireta ao paciente.
Objetivo Geral: Prover a assistência e o monitoramento ao paciente suspeito/confirmado para COVID -19 por meio da promoção da comunicação entre as áreas técnicas da secretaria de saúde, os profissionais que prestam assistência no hospital municipal e as equipes das unidades de atenção primaria do município. Objetivos Específicos: Identificar e notificar casos suspeitos para COVI-19; Intensificar a articulação entre as áreas técnicas da secretaria de saúde, unidade hospitalar e unidades de atenção primária; Monitorar pacientes suspeitos/confirmado para COVID-19 e seus contatos através do monitoramento passivo e ativo; Identificar alterações e/ou complicações decorrentes da COVID-19 em casos que atendidos inicialmente enquadravam-se na definição de “caso leve”. Promover internação precoce para pacientes identificados com risco de complicações.
Foram construído fluxos de acordo com a realidade municipal embasados nos documentos( notas técnicas e protocolos do Ministério da Saúde, e Secretaria de Saúde do Estado da Bahia) para orientar o processo de trabalho das equipes do hospital e unidades de atenção primária. Foi criada a Equipe de Orientação da COVID 19 que monitorava pessoas que chegavam de outros estados, essas informações chegam por meio dos Agentes Comunitários de saúde, Barreira Sanitária, Vigilância Sanitária e da própria população.. Essa mesma equipe também funciona como elo entre a população e a equipe técnica da secretaria de saúde, hospital, atenção primária e laboratorial em casos de dúvidas da população de geral e principalmente mais um canal de comunicação para o caso suspeito/confirmado para COVID-19 e seus contatos.
Foi possível verificar que apesar das dificuldades para o desenvolvimento do processo de trabalho das equipes de assistência das unidades de saúde: Hospital e as unidades de atenção primária e dos inúmeros fatores que contribuem para o enfraquecimento e descontinuidade das ações, houve um avanço significativo no que diz respeito a adoção dos fluxos de atendimento, assistência e monitoramento ao paciente suspeito/confirmado para COVID 19 e seus contatos no município principalmente entre as áreas técnicas da secretaria de saúde, hospital e laboratório. Tem-se se conseguido a identificação precoce dos contatos e monitoramento efetivo destes. Entretanto é preocupante o cenário atual onde a curva de transmissão de municípios vizinhos cresce e existe uma fragilidade na identificação precoce do caso suspeito/confirmado. O município no momento, conta 220 casos suspeitos notificados, 11 casos de COVID-19 confirmados, sendo que 1 desses casos tem o Local Provável de Infecção outro município e veio a óbito, 3 casos confirmados por RT-PCR, 7 casos confirmados por teste rápido e 1 caso por sorologia, sem casos ativos, mas 5 casos em investigação e em monitoramento juntamente com seus contatos.
Diante de todo o trabalho desenvolvido foi possível verificar que fragilidades do sistema como um todo, principalmente no processo de trabalho das equipes tornou-se ainda mais evidente com a pandemia. São muitos os fatores que influenciam e determinam o encerramento de um caso suspeito seja ele descartado ou confirmado e a adesão dos seus contatos as orientações de controle e prevenção. Foi evidenciado com esta experiência que as áreas técnicas tanto da secretaria de saúde, hospital e laboratório conseguiram estabelecer uma articulação importante, entretanto se ocorre quebra ou inconsistência na “ponta” o resultado de todo um trabalho articulado se fragmenta com resultados fragilizados. A segurança das informações/orientações e assistência do paciente suspeito/confirmado e seus contatos dependem substancialmente de como eles são acolhidos e abordados pelas equipes de assistência nas unidades de saúde. Dessa forma, é necessário manter o que se alcançou e intensificar as ações de melhorias na comunicação onde ocorre “o olho a olho” é lá que as ideias e concepções tomam forma e se materializa, sendo este o momento determinante para o alcance do controle e enfrentamento da pandemia da COVID-19.
Vigilância Epidemiológica, Atenção Primaria, COVID 19, Paciente, Comunicação, Articulação, Monitoramento