Em tempos de Pandemia, o Pré Natal de pacientes curados do COVID-19, ascende a necessidade de um cuidado além do físico. Permeiam entre as gestantes e em especial no Puerpério, o receio de problemas adquiridos durante o Pré Natal tais como a Transmissão Vertical do Coronavirus ou mesmo problemas psíquicos, crônicos, derivados da doença, afinal o comportamento desse virus nos seres humanos ainda é o nosso maior desafio. Baseado nessa realidade, a Prefeitura Municipal de Jaguarari, juntamente com a Secretaria de Saúde, oferece atendimentos psicológicos vinculados às consultas de Pré-Natal à gestantes e Puérperas no Pós Covid. A consulta é realizada mediante o conhecimento da existência dessa gestante e/ou Puérpera, testada positivamente para a COVID-19, na Unidade onde a mesma é cadastrada. São acompanhamentos semanais e acontecem na própria unidade, ou se a cliente preferir, na sua residência, via visita domiciliar; marcados e requisitados pela enfermeira assistencial dessa usuária. A experiência foi feita inicialmente no Distrito de Pilar, localizado aproximadamente há 93Km da Sede do Município, onde foi diagnosticado precocemente o problema psicológico na Puérpera. Com todo o protocolo de distanciamento e proteção preconizado pelo Ministério da Saúde; protegendo tanto o usuário quanto o profissional, a Psicóloga do Nucléo de Apoio á Saúde da Família (NASF), atendeu e ouviu com presteza e humanização a paciente que gratamente se surpeendeu com tamanho cuidado.
A necessidade de proteger o feto representa uma grande responsabilidade com relação à prestação da assistência no Puerpério. Este projeto mapeou todas as informações disponíveis, até o momento, sobre a atenção prestada à mulher, à pandemia do COVID-19. Há muitas incertezas quanto às características específicas do vírus, porém, para promover qualidade na assistência ao binômio materno-fetal, recomendamos conter, ao máximo, o avanço do vírus com o isolamento e precauções de contato; cuidar das infecções respiratórias do recém nascido e puérpera; avaliar constantemente riscos e benefícios; confirmar a doença mais precocemente possível; orientar sobre o repouso, o sono, a nutrição e á saúde mental, oferecendo apoio psicológico, levando tranquilidade e segurança a essa puérpera. É relevante lembrar que os profissionais da saúde devem assegurar, à mulher, o direito da atenção humanizada ao puerpério, bem como à criança o direito da atenção humanizada ao puerpério.
Feito baseado em estudos numéricos, epidemiológicos e comportamentais das gestantes e puérperas no pós Covid-19, realização de questionários sobre o seu estado físico, mental e a respeito dos seus anseios mediante a chegada de um novo ser em tempos de Pandemia.
Levando-se em consideração esse contexto, é fundamental o papel das(os) enfermeiras(os) na Atenção Primária à Saúde (APS), durante a consulta do pré-natal e puerperal; afinal, é através dessa “porta de entrada” que detectamos inúmeros problemas de saúde, alguns desapercebidos pela família do paciente, inclusive. Diante do que foi proposto, foi percebido entre puérperas que descobriram no Pré-Natal e/ou no Puerpério terem sido portadoras do SARS-CoV-2; uma enorme angústia que foi abrandada e continua a ser com o apoio psicológico de toda a equipe , amparando a mulher e seu fruto com segurança e saúde plenas. Consideramos importantíssima a questão proposta, pois, além de futuramente poder causar prejuízos a puérpera, o medo e a insegurança poderiam certamente serem repassados à criança que necessita receber da sua genitora todos os ensinamentos práticos e emocionais para uma vida integralizada em todas as suas fases.
Em suma, muito pouco se sabe sobre a COVID-19 e o seu efeito em gestantes e bebês, e, ainda, não há recomendações consensuais específicas para tais, em relação à avaliação ou manejo de infecções causadas pelo novo vírus. Estudos mostram que as características clínicas e a gravidade da COVID-19 são semelhantes entre mulheres grávidas e não grávidas. Baseados nessa afirmativa anterior, que a percepção para cuidados não apenas físicos, como psicológicos, foram imediatamente detectados pela Equipe de Saúde do Município; vendo claramente a necessidade do apoio a esse grupo que, além das suas próprias vidas, carregam em si as aflições daqueles que mais amam, seus filhos, indefesos e dependentes de cuidados que em diversas vezes, as próprias mães desconhecem, por desconhecimento ou falta de atenção à sua saúde física e mental; responsabilidades também inerentes àqueles que fazem o Sistema Único de Saúde (SUS).
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